segunda-feira, 10 de agosto de 2020

40. Um olhar sobre a monogamia e o sentimento de posse

 


O tabu da monogamia - GeledésTrês mulheres contam como é viver uma relação não monogâmica ...



Como já vimos em um outro tópico (ver Monogamia, poligamia e poliamor), monogamia se refere à pessoa ou um grupo de pessoas que prefere ter apenas um relacionamento conjugal, sem a interferência de outros parceiros. Esse tipo e amor é cultivado e influenciado por uma série de fatores que vai desde criação a crenças religiosas. Mas em tempos onde as pessoas não conseguem ficar presas apenas à uma pessoa e se descobrem apaixonadas ou amando mais de uma pessoa (não necessariamente alguém bi), como fica? E por que as traições acontecem? Seria apenas por causa da rotina, por enjoamento do parceiro/a ou porque há pessoas que não conseguem gostar apenas de uma pessoa? E  o que eu tenho observado também, é que quando aparentemente escolhemos alguém “para a vida inteira” , escuto muito as frases: “fulano/a é meu/minha e de mais ninguém”, como se tivesse uma tag (etiqueta) impressa nessa pessoa, e por estar comprometida, ela estivesse impedida de se interessar por outra pessoa.  Isso pode acontecer, mas ninguém conta com isso, porque não é a ideia, mas é uma eventualidade, as coisas mudam, os sentimentos podem mudar também, inclusive o coração  querer incluir mais de uma pessoa na relação.  A questão é:  a noção de monogamia PRECISA estar ligada com a ideia de POSSE? Creio que ninguém seja dono de ninguém, nem mesmo nossos pais são nossos donos. Temos liberdade para escolher o que queremos, não? E quando falo de posse, me refiro a quando o parceiro/a muitas  vezes exige que a namorada/o esposa/marido somente tenha olhos pra ele e quando sai, tem que ser com eles e até mesmo o afastamento dos amigos. É claro que queremos a companhia do nosso cônjuge, mas até que ponto esse sentimento já não é na verdade um aprisionamento?  E o amor livre, a poligamia vem para quebrar isso, embora mesmo que no relacionamento aberto, o casal ainda seja exclusivo, apesar de terem permissão de ficar com outras pessoas.  

    Na verdade, a construção da monogamia se relaciona com o termo “fidelidade”; seria para  garantir que o outro não vai te trair com outra pessoa qualquer, para não haver libertinagem e desordem no relacionamento. Mas a confiança e cumplicidade também podem  acontecer em relações abertas, porém os falsos moralistas distorcem isso e já tacham  como perversão e promiscuidade. Essa última está mais ligada ao sexo com vários parceiros sem proteção.  E a monogamia é facilmente confundida e distorcida como posse do outro. Quando a gente namora ou casa, queremos que essa pessoa esteja sempre presente, mas isso é totalmente possível, sem que você torne o seu parceiro/a um prisioneiro que só sai com você e mais ninguém. Ele ou ela precisa ter amigos e seu espaço e momento com eles. E saiba que  tentar tirar isso dele ou impedir que sai sozinho não vai impedir que ele ou ela se interesse e até mesmo se apaixone por mais alguém. Aí, se isso acontecer, cabe a como cada um nesse casal vai lidar com isso. Cabe a pessoa que se interessou por outra ser sincera e dizer se quer tentar abrir o relacionamento, desde que como  consentimento do outro, ou se quer terminar para viver essa nova relação, caso haja reciprocidade. Acredito que se houvesse essa conversa franca, evitaria muitos problemas, inclusive nos relacionamentos principalmente com homens, que têm a tendência de querer uma titular e uma reserva. E hoje em dia, as casas de swings estão lotadas de casais onde o próprio marido adora ver a esposa com outro! Creio também que essa nova modalidade seja uma forma de deixar o outro livre para ficar com quem quiser, sem se sentir traído, pois terá a sua “benção”. Da mesma maneira, a quem é consentido esse privilégio,  já não sentirá culpa, pois o parceiro está ali, ciente de tudo e aceita.

     A verdade é que, alguns de nós não fomos feitos para sermos monógamos e tá tudo bem. Mas quem ainda ´´e feliz apenas no modelo exclusividade que continue assim, sem influenciar ninguém.

 

Outros link  sobre o assunto:

 https://www.geledes.org.br/o-tabu-da-monogamia/

https://hypescience.com/fomos-projetados-para-a-monogamia/

Eles não necessariamente refletem inteiramente a min há opinião, eu concordo com algumas coisas. 




    

39. O mito da perda da virgindade masculina


Margarida Menezes: Virgindade Masculina ( A história do «José» 38 ...

Vamos de Fusca: Virgindade é uma construção social !

A virgindade sempre foi um mito para as mulheres e a perda dela levanta muitas questões, sobretudo para adolescentes. Todo mundo já absorveu a ideia de que para o homem a primeira vez é mais fácil, mas para a mulher nem tanto, por causa do rompimento do hímen ou contração dos músculos vaginais. Pasmem: há sim  a possibilidade de:

 

1) a primeira vez feminina ser tranquila e sem dor;

2) o homem sentir dor, não só na primeira vez, mas no sexo.

 

O que tá na cabeça das pessoas, principalmente por causa do machismo (olha ele aí de novo!) é que quem tem que sentir dor são as mulheres e não o homem. Isso faz com que muitos escondam esse fato e até mintam que não sentem nada além de prazer, assim como as minas fingem ter tido orgasmo!  Ficou chocado/a? então d[a uma checada na matéria e no vídeo que deixarei no meu artigo. É por essas razoes que a lubrificação é de suma importância tanto para o homem quanto para a mulher, não é à toa que ela existe.  Ela naturalmente foi feita para preparar a vagina para receber a inserção do pênis (ou mesmo de dedos ou dildo). Se não houver a lubrificação natural o suficiente e a camisinha não ajudar, um lubrificante à base de água, como os que são vendidos em sex shop podem facilitar os movimentos na hora do sexo, evitando que a fricção e o atrito machuquem ambos os órgãos.  No caso do homem, a dor está relacionada ao freio curto e a fimose. Para entender melhor, assista ao vídeo e leia a matéria. Espero que essas explicações tenham trazido esclarecimentos e alivio imediato para a mulheres!

Resumindo: ambos precisam estar relaxados e conversar sobre o assunto, principalmente se um dos dois ainda não tiver tido sua  primeira relação. A idade não deve ser um problema, pois cada um tem seu próprio tempo e oportunidade. O importante é achar alguém em que você possa confiar e te deixe seguro/a para isso antes do ato se consumar. Você vai perceber que, quando se relaxa e tira as dúvidas, a coisa poderá ser bem, diferente. Sempre consulte um médico, gineco ou urologista.

    Algum homem aí já sentiu algum incomodo ou dor no sexo? Sinta-se à vontade para desabafar nos comentários, não precisa se envergonhar. 


                                     Vídeo: Falando sobre virgindade masculina 

Link da matéria: Virgindade masculina: o que você não sabe que pode acontecer quando você perder a sua 

38. A culpabilização da vítima e seus efeitos negativos

A Psicologia da Culpabilização da Vítima – Psiconlinews

 


Muito se fala na culpabilização das vítimas de estupro (que são muitas, e as vezes até homens). São comentários do tipo: “ah, mas você facilitou, pois  estava andando sozinha na rua naquela hora da noite”, “estava de roupas curtas perto do agressor” (que no caso poderia ser até um parente) e a maioria desses críticas soa direcionadas às mulheres, mas ninguém para pra pensar como tudo aconteceu e se ela tinha condições de se defender.   A maioria dos estupradores arrasta a vítima para um local de difícil acesso de outras pessoas e  exerce um poder de intimidação verbal,  onde sua força física consiga contê-la a ponto de não poder se defender. Ele sente prazer com o domínio de uma pessoa fragilizada. Muitas mulheres por medo ou vergonhas se calam, evitam  falar sobre o assunto ou até mesmo fazer uma denúncia, temendo retaliação.

  O mesmo acontece em relações abusivas. A primeira coisa que fazemos é apontar dedos  em acusar a pessoa de estar  naquela relação sem fazer algo a respeito. Mas já perguntou os motivos? Eles são muitos: financeiro (o abusador ajuda a pagar as contas), os filhos do casal, não ter para onde ir, medo de não encontrar alguém ou até mesmo encontrar alguém pior, entoa não cabe as pessoas julgarem, mas oferecerem apoio emocional. Lembre-se de que a medida protetiva não é garantia para que o agressor não volte a fazer ameaças ou agressões à vítima.

       E essas  acusações não acontecem somente nesses aspectos que mencionei acima. Se você chegou a uma certa idade com pouca experiencia em relacionamentos ou virgem, nossa! Você fez algo errado! Será que as pessoas não entendem que há circunstâncias que fogem ao nosso controle e nem tudo tem que ser de responsabilidade EXCLUSIVA do indivíduo? Eu percebo uma tremenda falta de empatia nesses casos, mesmo de quem já viveu situações difíceis de serem resolvidas. Toda vez somos incentivados a resolver ou “deixar rolar”, mas tudo isso tem um preço psicológico muito alto. É como se a pessoa que quer “aconselhar” achasse que sabe mais da vida e n das necessidades do individuo do que ele mesmo. E uma notícia: por mais que tenhamos 50% de  responsabilidade nas escolhas ou controle sobre as circunstâncias, esses 50% não são o suficiente. Os outros 50% envolvem o acaso e a predisposição de outras pessoas para fazer algo dar certo. Entoa por exemplo, não adianta eu  querer MUITO uma pessoa, mas ela gosta de outra e não sou o tipo dela.  Entenda: não há como mudar a mente das pessoas,  isso não está no nosso controle.  O resultado disso, é uma auto cobrança muito forte e a frustração será mais intensa, caso a pessoa não consiga seu desejo, e o pior, virá acompanhado do sentimento de incompetência. Me parece que é isso que as pessoas que acossam querem, que aa pessoa se sinta feliz e incapaz. O que  tenho pra  dizer para resumir essas situações: A CULPA NÃO É SUIA!  A responsabilidade não tem que ser toda sua de fazer as coisas acontecerem, principalmente quando  não depende APENAS da sua vontade! Você não tem essa obrigação, porque não existe magia que faça alguém  se apaixonar por você. Sobre o estupro e  abusos no relacionamento, a culpa e responsabilidade são apenas do agressor, pois ele tinha a escolha de não fazê-lo, mas fez por maldade e abusou de você por uma insegurança que ele se recusa a lidar e trabalhar com ela.  Procure ajuda de amigos verdadeiros, nunca guarde para si. E se eles mesmos  começarem com esses comentários acusadores, não hesite em dar esse alarme e não sinta vergonha em dizer que não está ajudando.  Amigos devem compreender e não  julgar ou tentar te moldar a  ser como eles.


  Vou deixar um link sobre o  assunto em relação ao estupro. Sugiro que, ao invés de dizer que "é da  natureza  do homem ser violento" e "se as mulheres se 'comportassem bem', não haveriam tantos estupros", o que são frases comodistas, questione o seguinte: "se a educação dos homens não fossem moldadas no MACHISMO e hegemonia masculina compulsória, será que haveriam tantos estupros e  relacionamentos  abusivos?"  

Estupro: Culpabilização da Vítima | Revista Contemporaneidade

https://medium.com/@nathalymiranda/viol%C3%AAncia-contra-a-mulher-culpabiliza%C3%A7%C3%A3o-da-v%C3%ADtima-b4590ae05ed0

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Série filmes bi: Resenha do filme "Aos Treze"

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Qual garota nunca assistiu o filme Aos treze lá pelos anos 2003, 2004? Eu percebi que MUITAS assistiram, e o principal motivo é a cena do beijo entre Tracy (Evan Rachel Wood) e Evie (Nikki Reed). O foco da história na realidade não é exatamente a bissexualidade, mas sim as experiências precoces e negativas de uma garota de 13 anos, influenciada por uma garota considerada popular na escola onde estudava. Mas por que esse filme chamou tanto a atenção de  garotas  bissexuais e lésbicas?  Por que só a cena de dois beijos que duraram apenas alguns segundos fez tanta diferença?
        
Acredito que muitas meninas tenham se descoberto dessa forma, "treinando" com a amiguinha pra fazer com os meninos (pura desculpa esfarrapada), ou porque estava muito bêbada no jogo de verdade ou  desafio, e o que era pra ser uma brincadeira "inocente" acaba virando uma realidade na vida da pessoa. 
    
As garotas não pareciam ser bissexuais, mas o  fato é que beijam garotos mas se beijam também. A atriz Rachel Wood é bissexual declarada, mas não sei se ela descobriu no filme ou já era (risos).  


  Outro ponto que eu gostaria de destacar é: nenhuma garota deve beijar outra apenas por pressão, seja das amigas que já beijaram meninas, ou do namoradinho que sonha com uma experiência a 3. Deve ser uma decisão consciente e espontânea.  O filme mostra que no geral,  QUALQUER experiência que se tenha apenas por auto afirmação e se tornar popular não termina bem. Levamos tempo para construir nossa personalidade e gostos e cada um tem seu tempo. Fala também das amizades sincera ou não. Pessoas manipuladoras seduzem facilmente e temos que estar antenados para não cair em certas armadilhas. Noel e outras amigas de Tracy perdem totalmente a atenção dela por Evie, que ganha cada vez mais espaço na vida de Tracy.,  transformando-a totalmente em outra pessoa. Não podemos deixar que más influências nos afastem dos amigos verdadeiros e de uma vida inteira. Pessoas novas são sempre bem vindas, mas na dúvida e ao menor sinal de caráter duvidoso eu já prefiro me acomodar com as pessoas que eu já tinha antes na minha vida.
 

Esse filme me marcou porque quando eu tinha 13 anos quase caí nesse tipo  de armadilha de uma empregada que trabalhava com minha vó que tentou me levar para o mau caminho, mas essa é uma história que não teve final trágico, mas me deu um bocado de dor  de cabeça, fica para outra vez. Só sei que larguei das bonecas cedo demais quando deveria ter continuado com elas! A partir dessa idade queremos crescer e à menor crítica queremos ficar adultos logo (lembra a cena das meias que as meninas zoam Tracy). No final, o que tem de mais ser um pouquinho garotinha? Nos foram apresentados dois pólos: uma garota totalmente ousada, na moda,  beleza padrão, mas que violava as leis vendendo drogas, roubando e tudo caiu na cota de Tracy, que  era inocente e se tornou rebelde. Prefiro ser menininha e um pouco mais ousada somente com moderação. Ser inocente não nos torna ruins ou bobas, é só o nosso jeito, nada tem a ver com não ter responsabilidades.

    Quem quiser pontuar mais alguma coisa sobre o filme o por que se identifica com ele, fique a vontade!

domingo, 13 de janeiro de 2019

37.Mulheres bissexuais e lésbicas x homens héteros

Há quem ache que nós, somente por gostarmos de mulheres nos comportemos como um homem heterossexual na hora da conquista, ma isso não é verdade. A maioria das meninas  na realidade, principalmente as manas bi pelo que vejo, têm grande dificuldade em chegar em uma mulher, não utilizam de abordagens diretas e agressivas, justamente por medo de ser  desrespeitosa, o que j[a não acontece muito com os homens, que pelo incentivo natural da abordagem são mais diretos e muitas vezes inconvenientes. Eles já  parecem ter aquela confiança de que "chegou, tá no papo", porque é o esperado, é o convencional. Nós lidamos com receios, medo de ser desagradável e ainda pior, medo de não sermos aceitas por sermos bi (sim, ainda há lésbicas bifóbicas e bi com bifobia internalizada, sejamos sinceros aqui).

        Uma coisa que eu preciso enfatizar é que nós mulheres que gostamos de mulheres sempre parecemos nos preocupar com a forma que tratamos as outras (salvo alguns casos extremos de radfem e reprodução de machismo e heteronormatividade) mas a principal diferença entre o homem hétero e a mulher lésbica e bi é ver a outra como um todo, quando realmente gostamos dela, não apenas como um corpo que dá prazer, pelo menos pra mim é assim. Eu realmente acho o corpo feminino super atraente, mas prefiro ver também a humanidade delas e a forma como me tratam, isso é importante.  O homem parece às vezes enxergar as mulheres como objetos onde eles podem usar e abusar à  vontade e não é em assim. Acho que para demostrar que gosta de mulher, não precisa olhar de cima embaixo e enfatizar o quanto ela tá ou é gostosa, mas observar  o quanto ela é e está linda e como ela faz seu dia valer a pena, como te apoia, e não o quanto ela te fará gozar na cama e tchau, ou o troféu de caça que ela vai representar para seus amiguinhos pra que você se auto afirme como macho alfa.  S e esses conceitos mudarem na cabeça de homens, talvez a relação hétero deixe de ser trabalhosa, e ainda assim, para bissexuais, continuará  havendo dois caminhos para ser feliz.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

36. Um gay se descobrindo bi.Será que isso seria um tabu?

Eu quero indicar dois filmes que abordam esta temática, aliás, são os únicos que exploram essa descoberta que não é muito comentada, nem cogitada. O comum é ver mulheres  lésbicas ou héteros se descobrindo bi. Existe muito preconceito entre os homens e também de forma externa quanto à essa possibilidade, por isso muitos escondem que sentem mais de um desejo, porque sabem quais serão os apontamentos (acusações) e diagnósticos e isso trará um peso da culpa. "Então você estava mentindo?" , "Está virando hétero agora?" "Quer ser um gay enrustido?" "E quando você quiser homem de novo? Vai fazê-la sofrer!" Tem também aquela preocupação de ter tudo certo trabalho pra se aceitar, pra fazer a família se acostumar, e sentir que  todo esse esforço foi em vão, já que no fim das contas, se descobre que não sente atraído apenas por homens e poderia sim se relacionar autenticamente com uma mulher. É confuso, então muitos preferem sustentar que são gays, porque assim não precisam mexer naquilo que  já estava certo pra si. É claro que  não é com todos que ocorre esse tipo de descoberta, alguns permanecem homo, mas quando veem que há possibilidade de "mudar de rumo", com certeza assusta, e se esse for o seu caso, você perceberá claramente os sinais, mas isso leva tempo. E não existe uma época limite para definir isso, pois têm caras que se consideravam gays convictos por muito tempo, nunca  haviam sequer sentido ou cogitado experimentar algo com uma mulher, mas com o tempo foram começando a descobrir uma atração genuína,  tanto quanto sentem por homens. E não, você não estará virando hétero, mas apenas descobrindo outra possibilidade, então tá tudo bem!


Não vou colocar spoilers, mas o que me incomoda nesses filmes é a tentativa de ocultar a bissexualidade desses homens e colocando como se fossem gays que "resolveram" ficar com uma mulher, quando é algo relativo e não se trata de escolhas. Mas tirando esse detalhe, vale  muito à pena ver!


 Os filmes em questão são "Namorando uma mulher" e "Beijei uma garota" (este segundo vocês encontram no Telecine Play).  Vou deixar os resumos e vocês decidem qual assistir, se veem os dois e comentem o que acharam.




Sinopse
Homossexual convicto, Jérémie (Pio Marmaï) um dia acorda ao lado de uma bela e sedutora jovem sueca (Adrianna Gradziel), que conheceu em uma noite de bebedeira. A situação o coloca em pânico, já que está prestes a oficializar o casamento com Antoine (Lannick Gautry), seu companheiro há 10 anos. Tentando...






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SINOPSE E DETALHES


Tom Herzner (Kostja Ullmann), um ícone para a comunidade homossexual, está ansioso para lançar sua linha de produtos de beleza. No entanto, um romance inesperado surge durante sua pesquisa de mercado, enquanto trabalha disfarçado em um salão dirigido por uma mulher.

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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

35. A superficialidade atual dos relacionamentos

Você já deve ter percebido várias pessoas usando frases do tipo "a fila anda", "enquanto não aparece a certa, me divirto com as erradas", "solteira sim, sozinha nunca", "eu pego, mas não me apego".  O que tudo isso reflete? Uma sociedade fugindo de relacionamentos a longo prazo.

Pessoas que têm uma visão mais romântica da vida e das relações estão sentindo mais esse peso, e o peso passa a ser ainda maior quando essa pessoa nunca pôde desfrutar de um relacionamento sólido e saudável, ou porque nunca teve a oportunidade de se unir a alguém ou porque até teve, mas fora uma relação  tóxica, abusiva. Não é difícil pensar nos motivos que levam alguém a desistir do modelo de relacionamento que muitos dizem que esperam,  mas  depois fogem dele. 


- Independência: algumas pessoas tem medo de perder a liberdade ou ficar em função de alguém. Há o medo de cobranças e ter que dar satisfações também;

- Medo de novas decepções: ao contrário do que muitos pensam, sucessivas frustrações não promovem amadurecimento, mas um endurecimento das emoções. Há quem tente ignorar seus próprios sentimentos e necessidades, mas o medo de se envolver  novamente   e quebrar a cara as vezes é tanto que há um esfriamento real dos sentimentos e da capacidade de se apaixonar..

- Modinha: querer pagar de  desapegado, só porque prega-se isso, mas no fundo sucumbi a uma relação, mesmo que não seja com a pessoa desejada.


- Inversão de valores: o mundo moderno e agitado obriga as pessoas a priorizarem estudos e  o lado profissional, deixando de lado as relações:  os conjugais (e até mesmo as amizades de longa data);

- Demisexualidade/falta de afinidades:  há pessoas que só conseguem se envolver amorosamente se já tiver um bom convívio, e para amizades só quer pessoas mais próximas, conhecidas em ambientes físicos;

- Segurança/falta de confiança: o medo de confiar sua vida a alguém que diz ser uma cosia e depois se descobre ser outra também bloqueia.


- Apego a um tipo de preferência: há pessoas que não  conseguem diversificar suas preferências e acreditam que certos tipos de pessoas não são aptos pra se relacionar. O medo de dar chance pra pessoa erradas (caso isso já tenha sido feito) e da história  e repetir também contribuem para essa defensiva que se transforma em auto preservação.  Ao menor sinal de isso acontecer, mesmo que haja entusiasmo, a pessoa recua e desiste  de tentar.


O problema  é que deixamos de dar chance a nós mesmo e de certas pessoas que ficam excluídas porque acabam almejando algo que a maioria não quer. Eu por exemplo não consigo deixar um homem se  aproximar apenas pra sexo, tem que ter alguma amizade. Com mulheres também, mas até consigo me envolver sexualmente sem afeto, apesar de não ser essa minha preferência. Mas o que quero dizer aqui é que as pessoas estão mais fechadas, mais intolerantes individualistas, preocupadas apenas com seu mundinho e invólucro e não deixam outras pessoas entrar. Essas mesmas pessoas acusam as pessoas que elas mesmas excluem de não dar chances a ninguém, quando sabem que isso não é verdade. No face poucas pessoas se identificam quando querem adicionar  alguém,  e isso faz com que pessoas legais nem tenham chance de ser adicionadas. Precisamos saber diferenciar pessoas bacanas de pessoas sanguessugas que só querem usar alguém pra   se auto afirmar. Mas como podemos  fazer isso? Dando uma chance, conhecendo um pouco da pessoa. Se realmente perceber que não te fará bem, exclua, mas não sem antes de uma  conversa. Arriscar as vezes é preciso. Tem gente que acha que é melhor não se envolver do que sofrer outra vez, mas essa pessoa morre de vontade  e de esperança em viver algo lindo, então porque o medo?


Enquanto as relações forem líquidas, as emoções vão sumindo e os relacionamentos perdem o significado e o molde tradicional de cumplicidade e poder demonstrar os sentimentos, essa é a real essência de uma relação,mas está se perdendo para as relações rápidas e vazias. O medo exagerado  do apego,  a preocupação doentia  em ter sempre o  controle da relação e a crença de que sentimento te torna frágil e vulnerável te afasta de uma relação realmente saudável,  verdadeira e intensa. Com isso se perde o poder da empatia pelas pessoas e por si mesmo. Não podemos deixar isso acontecer.